"A escola é o lugar para aprender que o amor à vida não se demonstra só através do jogo, mas também cumprindo atividades socialmente necessárias e sobretudo desenvolvendo uma vocação, por mais humilde que aparentemente seja". F. Savater
terça-feira, 22 de maio de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
Convite aos Pais/Encarregados de Educação
O Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno, em colaboração com a Biblioteca da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco, convidam os Pais/EE a participarem na sessão de esclarecimento “Como lidar com a ansiedade em época de exames”, dinamizada pela Dr.ª Raquel Silva, Psicóloga Clínica, que se realizará no próximo dia 22 de maio, pelas 21:00, na Biblioteca desta escola.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Conhece crianças afluentes?
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Daniel Sampaio (n. 1946) é um psiquiatra e escritor português. |
Conhece crianças afluentes? Se desconhece o significado deste conceito,
então leia a seguinte crónica do Psiquiatra Daniel Sampaio (Pública, 5 de
fevereiro de 2012). Se, após a leitura desta crónica, tudo isto lhe parecer
estranhamente familiar, então prepare-se para agir...
«As crianças afluentes são
abundantes em tudo: falam muito, exigem demasiado, manifestam os seus pontos de
vista com excessiva exuberância. Há muito deixaram de se preocupar com os
outros e permanecem centradas em si mesmas. O seu quotidiano é preenchido por
movimentos constantes de birras, protestos ou tentativas de sedução, conforme
as circunstâncias do momento. O seu discurso é caudaloso, quer em casa quer na
escola, como se não pudessem existir, um só momento, fora do trono que ocupam.
Durante alguns minutos por dia, são capazes de ficar em silêncio, curvadas
sobre si próprias: nessa altura, pais e professores suspiram de alívio, mas é
apenas o descanso do guerreiro. De repente tudo volta ao ponto de partida e a
profusão regressa, como se aquelas tréguas só pudessem ser de curta duração.
Observemos o seu quotidiano.
Imaginemos uma dessas crianças: rapaz, onze anos, 6º ano de escolaridade, um
irmão mais novo. Quando é acordado pela mãe para ir para a escola, logo começa
a protestar porque é cedo e está frio. Em regra não toma o pequeno-almoço, toda
a família já se atrasou com o protesto inicial e o menino agora embirra com o
leite matinal. Chega à escola e não fala às auxiliares, mas não hesita em gozar
um colega mais frágil ou em desafiar a professora, sobretudo se não for logo
gratificado com uma atenção privilegiada. A afronta pode ser uma recusa de
resposta, olhos para baixo e braços cruzados com força, ou aparecer sob forma
disfarçada, através de uma série interminável de perguntas, para as quais há
muito conhece as soluções. Nos testes, olha para o colega do lado para
espreitar as respostas, estuda pouco mas quanto baste para não reprovar.
Chega o primeiro intervalo.
Irritado e cheio de forme, abranda a sua fúria numa bola de Berlim com creme,
ou num donut ressequido do bar da escola. Não dispensa uma piada a que o receia
e é hábil nas graças às raparigas. De regresso às aulas, é o momento de armar
em líder da turma e protestar quando a professora tentar impor a disciplina.
Almoça longe do refeitório, isso
é para os chungas. Prefere comer no café mais próximo, a exigência diária de
dinheiro aos pais permite-lhe escolher a ementa. De tarde, está sonolento nas
aulas, olha com ar de desafio em seu redor, não toma nota dos trabalhos de casa.
Vai ao judo com a mãe, que
aparece a correr deixando o trabalho a meio. Aplica-se pouco, a sua cabeça está
no centro comercial onde a seguir vai exigir T-shirt e pólo de marca, ténis à
moda ou mais um jogo para a PlayStation. No carro de regresso a casa, protesta
uma vez mais: a T-shirt é de uma cor que não aprecia, faltou comprar mais um
par de calças.
Os trabalhos de casa são feitos a
correr, em alternativa exige à mãe uma justificação para a professora se não os
faz. Ignora a chegada do pai, pois desde há muito está no Facebook ou a lançar
tiros em jogos de computador. Janta em tabuleiro uma fatia de pizza, de volta
aos jogos não aceita ir para a cama à hora supostamente combinada. No quarto tem televisão, computador e a amiga PlayStation, quanto mais tarde fechar a luz, mais vencedor se sentirá.
No dia seguinte, tudo recomeça:
uma série caudalosa de exigência, raiva descontrolada e retaliação para quem
ouse opor-se. Os pais, desesperados, consultam um psicólogo que o ouve com
atenção mas que, muitas vezes, lhe reforça a omnipotência.
Estas crianças afluentes esquecem
que a sociedade já não é afluente. O cibercapital inundou todos numa torrente
de escassez financeira e penúria emocional. Aos meninos afluentes tudo foi dado
ou prometido, porque os pais e avós deixaram que fossem os mais novos a mandar
na família, em vez de ser a família a organizar o quotidiano das crianças.»
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Não Proteja Tanto O Seu Filho
Não Proteja Tanto O Seu Filho, de Javier Urra, in Notícias Magazine

Como é que equipamos os filhos com airbags para os encontrões da vida?
Primeiro,
espicaçando-os. Depois, não os superprotegendo e entendendo que enfrentar a
realidade, a tristeza, os momentos traumáticos e as perdas não significa
entristecer a vida. Ensinar às crianças pequenas o que é a frustração,
ensiná-las a aceitar que há coisas que requerem tempo e exigem que esperem.
É essa ideia forte do seu último livro, Prepara o Teu Filho para a Vida, Valores para Crescer Feliz? Mostrar aos jovens que terão de lidar com problemas e traumas?
Temos de ensiná-los que a dor existe, mas que
as pessoas se recriam no sofrimento. Há quem viva na nostalgia e tem esse
direito – às vezes dá gosto sentir um pouco de tristeza. Contagioso é ficar a
ruminar no que podia ter sido porque a criança não quis isto e fez aquilo.
Educar é dar informação para a vida. Conheço pessoas que perderam as pernas ou
têm cancro no pâncreas: há as que descobrem formas de não quebrar e as que
sofrem o tempo todo. Mesmo sofrendo é possível fortalecer o caráter, os traços
pessoais, o contexto, para alcançar um novo projeto.
A psicologia positiva chama a isso resiliência.
E é uma qualidade que se adquire. Não se nasce
resiliente. Os indivíduos têm a capacidade de manter um equilíbrio estável
durante um processo desfavorável. É preciso educar os mais novos para o perdão
e a compaixão, para o altruísmo. «Tens quatro brinquedos, queres dar um àquele
menino? Sim ou não?» Não é difícil. É ensiná-los que o facto de quererem dar os
torna altruístas e serão mais felizes assim, porque são responsáveis pelos seu
atos e o que fazem tem consequências. Se isto for transmitido desde o início
torna-se um processo natural.
Quando é que se começa a construir a resiliência das crianças?
Desde que nascem. Até antes, quando os
progenitores se preparam para a sua vinda. Os pais tendem a ser demasiado
protetores: não deixam a criança brincar, com medo que caia, correm para o
pediatra se tosse e muitos separam-se logo que o filho sai de casa, porque
passaram anos a viver para ele, esquecendo o resto. É um erro. Luto contra o
crescimento de crianças indefesas. Um jovem só será capaz de enfrentar
problemas sem se deixar paralisar se tiver aprendido a tomar decisões e a sair
positivamente transformado das experiências piores.
Até que ponto o otimismo e o bom humor são importantes neste processo de crescimento?
O otimismo
realista e o humor inteligente libertam de culpa e diminuem a angústia. Somos
peritos a antecipar a morte e a sofrer de angústia profunda. Os últimos dados
da Organização Mundial de Saúde indicam que a principal causa de morte entre os
jovens de 24 anos, nos países da OCDE [Organização para a Cooperação Económica
e Desenvolvimento], é o suicídio. Isso tem de dar-nos que pensar.
Considera que os pais caem muitas vezes num tipo de educação permissiva?
Sem dúvida.
As mudanças nos últimos anos fazem que a educação que receberam não sirva para
educar as novas gerações, além de se alimentar a ideia de que os pais devem
viver exclusivamente para os filhos. A criança não pode ser mais importante do
que os pais, ou irá crescer dependente.
Isso acontece por quererem proteger os filhos de tudo? Acham que os amam mais assim?
Talvez por
sentimentos de culpa e por se aceitar que uma criança não se trava. Se um
garoto tem um problema com o professor, o pai vai lá, envolve a diretora, o
psicólogo, mas desresponsabiliza o filho. Ensina-se às crianças que têm
direitos, mas não deveres. E não melhorámos nada nos últimos trinta anos.
Quando publiquei O Pequeno Ditador
[2007], os psicólogos aperceberam-se dos milhares de casos que havia em Espanha
de pais agredidos pelos filhos e de filhos que se recusam a sair da casa
paterna por serem eles quem manda, em resultado de falhas graves de autoridade
e de dependência afetivas dos pais. Assim não educamos.
Como se fazem bons pais?
Ser bom pai
é algo que surge naturalmente, sem necessidade de deixar de se ser quem se é.
Os pais são pessoas diferentes dos filhos, têm projetos de vida diferentes.
Farão um bom trabalho se os ajudarem a descobrir e a realizar os seus próprios
projetos, aceitando que serão independentes e que tal não significa perdê-los.
Não impor regras pode ser uma violência?
Absolutamente. Colocar limites tem que ver com
o cuidado do outro e ensina a criança a cuidar de si, já que se orienta melhor
na vida seguindo essas pautas de conduta.
O castigo é útil?
Muito, desde que justo e fundamentado. A
consciência das crianças educa-se e isso implica aprenderem que há coisas que
são permitidas e outras não, e conhecerem as consequências de não obedecerem às
normas.
Num caso de bullying, como se explica à vítima que o problema não é insuperável?
Em Portugal houve o caso dramático do menino
que se lançou ao rio Tua. Não foi um ato precipitação. Havia que analisar muito
bem essa criança. O que terá ela vivido? O sofrimento foi de certeza
incalculável. Temos de falar com os jovens, ouvi-los sem silêncio porque
queremos saber o que se passa e ajudá-los. As crianças sofrem muito sem
verbalizar.
E como se lida com agressor? Terá sido criado num
modelo de paternidade permissiva?
O professor
tem de detetar o líder do grupo e confrontá-lo. «Qual é o teu problema?
Sentes-te forte porque bates nos outros, quando devias senti-lo por seres bom
aluno. Ninguém gosta realmente de tis, sabes? Uns temem-te, outros respeitam-te
por medo, mas se fosses a votos secretos ninguém te escolhia.» Tenho carinho
pelas vítimas e pelos agressores. Eles também sofrem. Pergunto-lhes o que se
passa em casa, tento perceber a disfunção e faço-lhes ver que podem tornar-se
queridos por serem cooperativos, capazes de outro tipo de liderança. Também os
aviso que sei o que fizeram e estou de olho, eles que nem tentem repetir a
façanha. Eles apreciam que alguém esteja atento ao que fazem.»
O blogue "Dialogar" agradece o contributo da professora Elza Pinto que sugeriu este artigo e a colaboração da aluna Cláudia Santos (10º I) que digitou o artigo supracitado.
domingo, 13 de maio de 2012
Porque quero ser realista...
«Não morreu.
Não sou capaz de viver sem esperança. A esperança é difícil,
constrói-se. Muitas vezes o optimismo tem que passar pelo pessimismo,
pela consciência de que as coisas são difíceis e de que é preciso
mudá-las. Neste momento não há grandes razões para ter esperança. Não há
respostas, não há milagres. Mas há uma coisa que se chama vontade,
inteligência. E aquilo que alguns disseram noutras circunstâncias:
"Sejamos realistas, vamos fazer o impossível".»
[Manuel Alegre,
em entrevista a Anabela Mota Ribeiro (27-04-2012, "Jornal de Negócios"]
sexta-feira, 11 de maio de 2012
"... e não é nunca esse momento"
quinta-feira, 10 de maio de 2012
O professor boémio e o professor dedicado

Por Matheus Silva, in http://networkedblogs.com/xaudX
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