“Quando eu estava a meio de uma aula no liceu, o meu professor de inglês fez um pequena marca de giz no quadro. Um ponto exatamente como este. •
Ele perguntou à turma o que era aquilo. Passados alguns segundos, alguém disse: é uma marca de giz. O resto da turma suspirou de alívio, porque o óbvio foi dito e ninguém tinha mais nada a dizer. Vocês surpreendem-me, disse o professor, olhando para o grupo. Fiz o mesmo exercício ontem, com uma turma do jardim-de-infância, e eles pensaram numas cinquenta coisas diferentes: os olhos de uma coruja, uma ponta de charuto, o topo de um posto telefónico, uma estrela, uma pedrinha, um inseto esmagado, um ovo podre e assim por diante. Eles realmente estavam com a imaginação a todo o vapor.
Nos dez anos que vão do jardim-de-infância ao liceu, nós tínhamos aprendido a encontrar a resposta certa, mas também havíamos perdido a capacidade de procurar outras respostas certas. Tínhamos aprendido a ser específicos, mas havíamos perdido muito em capacidade imaginativa. Como muito bem observou o educador Neil Postman, quando as crianças vão para a escola, são pontos de interrogação; quando saem, são frases feitas”.
Roger Von Oech – Um “Toc” na Cuca, São Paulo, 1988, p.34
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