sábado, 29 de setembro de 2012

A propósito de...

«A memória é a consciência inserida no tempo.»
                                                                                                                        Fernando Pessoa




sexta-feira, 28 de setembro de 2012

"Não cansem depressa o gosto por aprender..."

«...Esqueçam obsessões com a carreira ou com o "temor do desempenho". Aos 18 anos, a mentalidade carreirista, além de um desperdício, é em absoluto inútil. Muitos de vocês nem sequer terão uma só carreira; o mais certo é que tenham várias e em diferentes períodos da vida. Não vivam, por isso, atormentados com notas e resultados. Tenham o bom gosto de desprezar os maus professores e as más aulas. Ponham de lado os troféus de coisa nenhuma. Sobretudo: não cansem depressa o gosto por aprender.

Dediquem-se à rotina das aulas, mas façam coisas, fundem coisas, proponham coisas. Irritem os instalados que chegaram há 20 anos e nada fizeram nos últimos 15. Comecem uma revista, se quiserem fazer uma revista; uma associação, uma empresa, um movimento, qualquer coisa que não se limite ao protesto e à reivindicação. Sejam lunáticos. Comecem e acabem. Nenhum empregador olha, ou devia olhar, apenas para as qualificações académicas de uma pessoa. O importante são as pequenas pegadas que essa pessoa vai largando.

Aprendam a ser mecânicos, burocráticos, tarefeiros. A esmagadora maioria de nós não veio ao mundo para ser o Steve Jobs. Aprender a trabalhar numa organização cumprindo tarefas medidas e interiorizando uma disciplina conta mais que aspirar eternamente à originalidade.

Leiam tudo. Leiam a Ética a Nicómaco de Aristóteles para perceberem o significado da palavra "virtude". Leiam os moralistas franceses do século XVII para perceberem o significado da palavra "hipocrisia". Leiam Stendhal para perceberem que o ser humano até o seu próprio sofrimento finge.

 Preparem-se para viver um ano no estrangeiro. Escolham um destino na Ásia ou na América do Sul. Portugal está cheio. Só terão espaço os que trouxerem espaço.

Aprendam um ofício, uma experiência, de preferência prática, que nada tenha que ver com o curso. O americano Matthew Crawford escreveu em 2009 um livro precioso que merece memória. Depois de terminar um doutoramento em Filosofia Política, a insatisfação não o largava. Decidiu mudar de vida. Aprendera mecânica na adolescência e abriu uma oficina para reparação de motas. Descobriu a sua vocação.

(...)

Leiam sobre uma grande personagem histórica (e que não seja Churchill). Descobre-se muito lendo sobre figuras que foram sobre-humanas no seu tempo, embora tivessem passado pelos piores ordálios. Lincoln, por exemplo: numa certa fase da vida, sofreu uma depressão violenta e ponderou o suicídio. Não existe sucesso sem uma descida ocasional aos infernos.

Se for preciso, desistam. Pensamos muitas vezes na educação como uma experiência vitoriosa. Acontece que pode ser uma derrota libertadora. Portas que se fecham, mudança de trajectória. E o mais curioso disto é que ainda bem. Aprender seriamente significa ficar exposto a uma derrota possível, a um erro possível. O que não tem de ser um problema. Conheçam as vossas fronteiras.»

in Público, 08 Setembro, 2011, por Pedro Lomba (jurista)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dia do Diploma 2012

Amanhã, dia 28 de setembro, pelas 18:30, realizar-se-á na ESCCB o Dia do Diploma, dando cumprimento aos normativos legais em vigor e assumindo uma atitude de valorização dos jovens que concluíram uma etapa escolar tão importante como o ensino secundário.

Assim, a Direção desta escola convida a comunidade educativa a estar presente nesta cerimónia que assumirá dois objetivos:

  • Entrega dos diplomas aos alunos que concluíram o ensino secundário no ano letivo 2011/2012.
  • Entrega dos prémios de mérito escolar e excelência relativos a 2011/2012.

Contamos com a vossa presença!

domingo, 23 de setembro de 2012

Chegou o Outono...


«Somos folhas breves onde dormem
aves de silêncio e solidão.
Somos só folhas ou o seu rumor.
Inseguros, incapazes de ser flor,
até a brisa nos perturba e faz tremer.
Por isso a cada gesto que fazemos
cada ave se transforma noutro ser.»

 Eugénio de Andrade

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Uma capacidade limitada para ouvir

O teste que a seguir se apresenta intitulado “Uma capacidade limitada para ouvir” não constitui um teste de inteligência, mas sim um exercício divertido com um objectivo que no fim se tornará claro.

Leia cada pergunta apenas uma vez e escreva o que primeiro lhe vier à cabeça. No final, confronte as suas respostas com as soluções apresentadas e tire as suas próprias conclusões...

  

PERGUNTAS

 

1. Alguns meses têm trintas dias, outros trinta e um. Quantos têm vinte e oito?

 

 


2. Se você tivesse apenas um fósforo e entrasse numa casa escura onde houvesse um candeeiro de petróleo, um aquecedor a petróleo e um fogão a lenha – o que acenderia primeiro?

 

3. Se um médico lhe desse três comprimidos e lhe dissesse para tomar um de meia em meia hora, quanto tempo durariam?

 

4. Um lavrador tem 17 ovelhas. Morreram todas menos nove. Com quantas ficou ele?



5. Um homem constrói uma casa com quatro lados. Uma estrutura rectangular, sendo cada um dos lados voltado para Sul. Surge um grande urso. De que cor é ele?

6. Tire duas maçãs de três maçãs. Com quantas fica?


7. Quantos animais de cada espécie levou Moisés na Arca?


8. Se conduzisse um autocarro com quarenta e duas pessoas a partir de Lisboa, parasse em Coimbra para apanhar mais sete passageiros e largasse cinco, e em Viseu largasse mais oito pessoas e apanhasse quatro e chegasse ao Porto vinte e quatro horas mais tarde, qual era o nome do condutor?




Uma capacidade limitada para ouvir –  RESPOSTAS

  1. Todos.
  2. O fósforo.
  3. Uma hora. Um seria tomado na altura, meia hora depois tomaria outro, e outro meia hora mais tarde, o terceiro.
  4. Com nove.
  5. Branco (porque a casa fica no Pólo Norte).
  6. Com duas.
  7. Nenhum. Foi Noé!
  8. Poderia ser o seu próprio nome. A pergunta começa com “Se conduzisse... (eu)”.



Em jeito de conclusão...


No limite, este teste sugere as dificuldades de comunicação que podem resultar do carácter equívoco da linguagem natural. Todos os enunciados apresentados assentam numa estrutura ambígua, o que, em parte, justifica interpretações diferentes. Em média as pessoas conseguem ter apenas menos de quatro respostas certas. Muito poucas obtêm mais de seis.

Imagine, agora, o que se passará quando as pessoas comunicam via telefone, tendo apenas a voz e as palavras para transmitir o que pensam? E na sala de aula? Quanto do que é dito pelo professor, não será entendido de forma diferente pelo aluno...

Importa não esquecer que uma comunicação eficaz depende da sintonia dos sujeitos intervenientes. A codificação e a descodificação da mensagem têm de ocorrer em conformidade. Mas são muitas as variáveis que interferem, fazendo com que os discursos possam não ter uma única leitura.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A Propósito de...

"Que finalmente o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher."

                                                                                   Blogue " Filmes, Livros e Psicologia"

Quem não tem esperança não está vivo.

Este texto do escritor José Luís Peixoto é dedicado aos alunos e professores desta escola e com os votos de um bom ano letivo! Tenhamos esperança!



«…Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos precisamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.

Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, aulas no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente á conclusão, como nas aulas de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança.»
 Ler o artigo completo em: http://www.joseluispeixoto.net/50732.html