Lisboa, segunda-feira, 14 de Julho de 1997
Mãe, acordei perdida.
Nas minhas incursões ao passado, às vezes encontro espaços em branco, hiatos, locais que não reconheço e onde não consigo sossegar.
Serão as sempiternas dúvidas que a vida, pedagogicamente nos manda resolver sozinhos? Ou serão as perguntas que, na infância, ficaram sem resposta?
E outra questão: se as coisas se sabem há tanto tempo, há tantos milénios, porque não nascemos nós com intuição para as perceber? (…)
________________________
Lisboa, terça-feira, 15 de Julho de 1997
Mariana, querida:
(…) Um mundo que antecipasse as vossas respostas, poupando-vos tempo, trabalho e lágrimas, não seria tão generoso.
E mais: se as perguntas que se fazem são todas as mesmas, à partida, as respostas que se encontram diferem drasticamente; um músico encontra a música, um matemático descobre os números, uma pessoa sem talentos achará a sua orientação.
E, às vezes, é só mesmo a caminhada que interessa.
Kavafis, um poeta grego, dizia qualquer coisa como:
Não sonhes com Ítaca, porque Ítaca não tem nada para te oferecer. A única coisa que Ítaca tem para te oferecer é o caminho até Ítaca.
Fiz-me entender?
Rita Ferro, Marta Gautier, Desculpe lá, Mãe, Círculo de Leitores, pp.32, 33
Proposta de trabalho para Formação Cívica: construção de um texto, em prosa ou poesia, acerca da maneira de pensar, sentir e agir do adolescente.
Mãe, acordei perdida.
Nas minhas incursões ao passado, às vezes encontro espaços em branco, hiatos, locais que não reconheço e onde não consigo sossegar.
Serão as sempiternas dúvidas que a vida, pedagogicamente nos manda resolver sozinhos? Ou serão as perguntas que, na infância, ficaram sem resposta?
E outra questão: se as coisas se sabem há tanto tempo, há tantos milénios, porque não nascemos nós com intuição para as perceber? (…)
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Lisboa, terça-feira, 15 de Julho de 1997
Mariana, querida:
(…) Um mundo que antecipasse as vossas respostas, poupando-vos tempo, trabalho e lágrimas, não seria tão generoso.
E mais: se as perguntas que se fazem são todas as mesmas, à partida, as respostas que se encontram diferem drasticamente; um músico encontra a música, um matemático descobre os números, uma pessoa sem talentos achará a sua orientação.
E, às vezes, é só mesmo a caminhada que interessa.
Kavafis, um poeta grego, dizia qualquer coisa como:
Não sonhes com Ítaca, porque Ítaca não tem nada para te oferecer. A única coisa que Ítaca tem para te oferecer é o caminho até Ítaca.
Fiz-me entender?
Rita Ferro, Marta Gautier, Desculpe lá, Mãe, Círculo de Leitores, pp.32, 33
Proposta de trabalho para Formação Cívica: construção de um texto, em prosa ou poesia, acerca da maneira de pensar, sentir e agir do adolescente.
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